segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Boteco

Trabalho de Fotojornalismo realizado por alunos do 6º Semestre de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo.

sábado, 5 de setembro de 2009

Cadê a utopia?


Que a sociedade contemporânea vive uma grande crise de personalidade não resta nenhuma dúvida. No Brasil, o nacionalismo é cada vez mais deixado de lado e a demonstração do povo de indignação com as autoridades é quase inexistente. Em meio a esta derrotada realidade (que eu também faço parte e tenho minha parcela de culpa), resta àqueles que viveram uma geração movida por utopias recorreram às lembranças de um país que se indignava até com as coisas que lhe eram positivas.

Venho abordar este assunto (mesmo sabendo que quando terminá-lo de escrever posso entender menos do pouco que sei), pois esta semana eu assisti o documentário “Glauber – O Labirinto do Brasil”, um material que conta detalhadamente a personalidade de um dos maiores e mais indignados cineastas deste País.

Uma frase de Arnaldo Jabor sobre Glauber no meio do filme mostra uma característica escassa no homem da atual: “Glauber era um grande pensador oral”.

Glauber não fazia cinema para enriquecer, mas sim para mostrar ao público a sua arte que, para ele, era inovadora e revolucionária. Por isso, afirmava a todo o momento “Eu acredito que a obra de arte é um produto da loucura”.

Uma pessoa que pensa diferente das outras é sempre muito incompreendida, porque ninguém tem o interesse de entendê-la (eu me incluo neste grupo de “ignorantes”). Talvez tenha sido por este motivo que Glauber Rocha não pode ser comparada com qualquer outro cineasta brasileiro.

“Não servi, não sirvo e nem pretendo servir a nenhum centro de poder cultural, econômico e político”.Glauber foi, sim, um utópico diferenciado.



Felipe Pugliese

sexta-feira, 24 de julho de 2009

ATENÇÃO!!!




Blog temporariamente fora de serviço. Voltaremos em breve!









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domingo, 24 de maio de 2009

Na tela Brasil


Olá meus caros leitores.



Venho novamente desculpar-me pela falta de fidelidade com você, leitor do “umpapoaberto”. Chego do trabalho exaurido e ainda tenho que me dedicar à minha coluna no site “http://www.raulcampos.com.br/”, por isso a falta de pontualidade com meus textos.

Parece evasivo? Por favor, Respondam.

Para que você não esmoreça, vou direto ao assunto: venho debatendo com um colega jornalista sobre um futuro livro reportagem sobre o cinema nacional. Entretanto, sendo este um tema com uma diversidade enorme de enfoques, estamos há pouco mais de três semanas tentando descobrir o que de mais interessante do cinema tupiniquim deve ser explorado.

A utopia de ver o cinema brasileiro brilhando em grandes festivais internacionais, no meu modo de pensar, está a cada ano se tornando mais tangível. Temos tantos diretores e atores qualificados, que seria até antiético citar um por um. O talento é inerente da natureza de grande maioria e eu não me perdoaria em esquecer algum nesta lista. Não mesmo.

Talvez por uma questão de cautela, creio que seria interessante ouvir a opinião de muita gente antes de decidir o foco do livro. Atores e diretores da atualidade? O esmagador crescimento no número de produções, se comparado há duas décadas? Ou a ousadia dos temas abordados? Conto com a sua cooperação.




Felipe Pugliese

domingo, 3 de maio de 2009

Música Popular Brasileira (?)



Desculpem-me! (No lugar do: Olá meus caros leitores).

Talvez por falta de tempo ou até mesmo de responsabilidade, não venho cumprindo com a minha pontualidade com você, meu ativo leitor (!). Tenho recebido justas críticas sobre o meu atual empenho no “umpapoaberto”. No mais genuíno arrependimento, concedo toda a razão àqueles que, quando me encontraram, disseram: “Pô, largou mão do blog?”. Jamais largaria.

Chega de “bla bla bla” e vamos por um fim neste marasmo.

Como todo bom paulistano sabe, este final de semana ocorreu a Virada Cultura no Centro de cidade de São Paulo. Quando muitos se influenciavam pela “atual cultura de massa” e corriam para assistir o show de Marcelo Camelo - ex-cantor do Los Hermanos – (não me preocupo em saber escrever o nome desta banda), eu e mais dois amigos apertamos os passos para não nos atrasarmos para o show de Reginaldo Rossi. Aquele mesmo do “Garçom, aqui nesta mesa de bar”.

Surpreendentemente, Reginaldo mostrou ser uma pessoa muito inteligente e com um excelente poder de persuasão. Quando comparou Beatless com Amado Batista, no entanto, não é preciso comentar que o cantor exagerou. Contudo, vale a pena frisar que ele confessou ter tomado algumas doses de Whisky. Portanto, equívoco compreendido.

Reginaldo comentou uma coisa com o público que me despertou uma certa compreensão e concordância. O cantor criticou o modo do brasileiro pensar sobre o significado de Música Popular Brasileira (MPB). Segundo o recifense, alguns “intelectuais” criaram um estilo de música e a mídia os colocou como representante do povo.

Entretanto, grande parte da população (baixa renda), não tem acesso à música caracterizada como “popular” e só escuta cantores como Reginaldo Rossi, Wando e outros compositoras taxados de “bregas”

Finalizando, acredito que, assim como disse Reginaldo, o critério de Música Popular Brasileira deve ser revisto e o verdadeiro estilo de música popular transformado.
Felipe Pugliese

quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Estomago", melhor longa de ficção


Sempre fui um genuíno fã do cinema nacional, no entanto, de uns tempos para cá, parece que fazer cinema no Brasil só dá certo quando a miséria do país é o tema principal no enredo. Está na hora de mudar este jeito de pensar. O público não quer ir ao cinema para ver o que já presencia no seu dia-dia, mas sim algo diferente que o faça se desligar um pouco do real cotidiano. O sucesso nas bilheterias do filme “Se eu fosse você 2”, prova que não estou inventando argumentos para iniciar meu texto.

Na última terça-feira, 14, o Grande Prêmio Vivo de Cinema Brasileiro premiou os melhores do cinema brasileiro. Surpreendentemente, “Estômago”, dirigido por Marcos Jorge, bateu os badalados “Meu Nome não é Johnny” e “Ensaio sobre a Cegueira” e levou o troféu Otelo como melhor longa ficção e melhor diretor.

O filme vencedor é de fato muito inteligente e criativo. O personagem principal é Raimundo Nonato, um hilário nordestino que chega a São Paulo e cativa a todos com seu jeito inocente e descobre seu talento na cozinha. Entretanto, como o próprio nome já diz, algumas partes do filme envolvendo comida embrulham o estômago quem está assistindo. Outra crítica corriqueira nas nossas produções cinematográficas, presente em “Estomago”, é a linguagem demasiadamente pesada.

O prêmio de melhor longa ficção está em boas mãos. Temos que prestigiar quem tem a ousadia de investir em algo diferente. Selton Mello – melhor ator do país e tema do próximo texto do “umpapoaberto” – levou a estatueta de melhor ator em “Meu nome não é Johnny” e Leandra Leal foi escolhida como melhor atriz pela sua atuação em “Nome Próprio”.



Felipe Pugliese

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O prazer pelo sofrer


Olá meus caros leitores.

Desde os primeiros textos publicados no “umpapoaberto”, a culturabrasileira e mundial é o tema mais abordado e, consequentemente,discutido por meio de comentários. No entanto, ontem passei por umasituação que me fez persuadir que o futebol, tema nunca antes expostoneste espaço, encabeça o ranking dos principais fenômenos culturais doBrasil – não digo no mundo porque a paixão do nosso povo é sim maior.É sim.

Domingo pascal ensolarado na cidade de São Paulo e o estádio PauloMachado de Carvalho é palco para o “Majestoso”, aquele que, paramuitos, é o clássico da maior rivalidade do futebol brasileiro:Corinthians x São Paulo.

O Coringão com aquela gana de desforra, causada pelos três anos queficou sem vencer o São Paulo, e querendo mostrar a sua torcida quemsão os verdadeiros fregueses. Já o Tricolor - antagonista doespetáculo, já que a grande maioria dos presentes eram os corintianos,- foi a campo com o intuito de elucidar a ideia que está com opensamento voltado a Libertadores da América. O resultado destacombinação foi um jogo que, como diria Galvão Bueno: Haja coraçãoamigos. (Em breve você entenderá o motivo de utilizar este jargão).

O relógio marcava 18 minutos do segundo tempo e o placar 1 a 1. OCorinthians bombardeava o São Paulo de todas as formas, mas a bolaparecia não querer a companhia da rede são paulina. Nervoso com asituação, ouvi uma voz balbuciar atrás de mim: “Eu vou morrer docoração... Esse time um dia me mata de infarto!!!”.

Este é um clichê usado pela torcida corintiana, que acostumada com asvitórias conquistadas de maneira sofrida, sempre pensa no estado queficará seu coração após o apito final do juiz. Este homem, no entanto, não usava esta expressão apenas para fantasiar a situação.

O cronômetro já marcava 45 minutos e no placar o injusto 1 a 1insistia em permanecer. A mesma voz voltou a marcar minha memóriaquando gritou, de maneira exaurida: “Eu acredito. Eu acredito em você,Coringão... Eu vou morrer do Coração!!!”.

A placa de três minutos de acréscimo subiu e, como na mente daquelavoz, todos acreditavam. Até que, aos 47, Cristian provou que a fé docorintiano é infalível. Na mesma hora virei para trás para dizeràquele homem que se havia uma coisa que ele jamais deveria deixar deacreditar, esta coisa se chamava Sport Clube Corinthians Paulista. Todavia, quando vireiele havia desabado no meio do tobogã. Desacordado, o sofredor recebia a ajuda de alguns que conseguiram controlar as emoções e reanimá-lo.

Ele bem que avisou que o coração dele poderia parar a qualquer instante, porém ninguém lhe deu ouvidos. Também é verdade, que dizer que o coração do um corintiano corre o risco de parar, em alguns momentos, é de uma obviedade tremenda.


Felipe Pugliese

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Ernesto CHE Guevara


Olá meus caros leitores.


Antes de qualquer coisa, devo agradecer aos 12 suados comentários cadastrados no último texto. Objetivo alcançado. O fato ocorrido prova que devo adotar este novo critério na escolha de temas para meus textos: publicar menos resenhas de filmes e mais assuntos que gerem discussões.

Assisti ao filme “Che, o argentino” e, para começar, já digo que este é um programa que não recomendo a ninguém. Acredito que Ernesto Che Guevara seja um dos personagens mais enigmáticos das últimas décadas, sendo assim, nada melhor que um filme para desvendar estes enigmas. Todavia, não é isto o que acontece na trama. Caso queiram ler a crítica que fiz sobre o longa de Steven Soderbergh, acessem: relaxeyblog.blogspot.com.

Como já disse no primeiro parágrafo que serão dadas umas férias às críticas cinematográficas, vou escrever um pouco do que pesquisei, aprendi e agora sei sobre a vida de Ernesto Guevara.

Che nasceu na Argentina, filho de família de classe média e aparentemente apenas mais um jovem que sonhava em ser doutor. No entanto, enquanto seus amigos andavam com roupas de grife e engomados até a ponta do penteado, Ernesto optava pela blusa larga e orgulhava-se de não ter uma relação muito harmoniosa com o chuveiro.

Ao contrário do que sua família sonhava, porém, uma viagem de moto pela América, juntamente com seu amigo Alberto Granado, culminou no início da história de um dos principais líderes revolucionários da história contemporânea. Nesta aventura em cima de duas rodas, outro fiel amuleto teve grande influência nas dimensões que a vida de Ernesto Guevara tomaria em alguns anos: Karl Marx.


Che passou um tempo na Guatemala, onde conheceu a peruana Hilda Gadea, com quem se casou teve sua filha unigênita. Porém, o mais importante que deve ser frisado neste relacionamento, é que foi Hilda que apresentou exilados da ditadura implantada por Fugêncio Batista em Cuba a Ernesto. Depois de se aproximar mais dos cubanos, veio a união com Fidel e Raul Castro.

A partir desta união, Che se divide em dois personagens: o herói dos oprimidos e o assassino impiedoso.


Em 1959, ocorre a revolução cubana e os revolucionários conseguem tomar o poder da ilha. Devo dar meu braço a torcer e assumir que os momentos que antecedem a revolução, o filme “Che, o argentino” é bem autêntico.

Como o filme é dividido em duas partes - uma resume a vida de Che até a revolução cubana e outra a sua morte na Bolívia – vou me inspirar em Steven Soderbergh e parar por aqui, pois se me esticar muito você esmorecerá e eu posso, porventura, perder o fio do novelo.


Felipe Pugliese

domingo, 22 de março de 2009

MENTIRA



Olá meus caros leitores.



Incomodado com a falta de comentários em meus textos anteriores, passei esta semana pensando em uma solução. Acho que descobri. Uma leitora me disse que tem lido minhas críticas cinematográficas, no entanto não tem argumento para comentar um filme que não assistiu.

Como a auto-estima e o prestígio de um blogueiro é conquistado pelos comentários de seus leitores, tomei a iniciativa de começar a escrever sobre temas diversificados, não me focando apenas em cinema.

Ainda durante esta semana, concentrado na deleite leitura do livro “A sangue frio”, de Truman Capote, dei de cara com uma frase utilizada pelo autor para justificar sua fama de mentiroso: Mentir nada mais é do que acrescentar ficção à sua vida. Divulguei para muitos este jargão, creio que alguns que estão lendo este texto vão se familiarizar com tal e assimilar a quem lhe escreve agora.

Pensando nesta imagem negativa que posso ter transmitido, vou explicar meu ponto de vista sobre esta frase para que meu leitor possa entender a contento.

A frase pode ser interpretada de diversas maneiras. A palavra ficção dá a impressão de ser muito positiva para quem vive em um mundo inexistente. Aí que mora o real perigo de Truman Capote estar transformando uma legião e mentirosos.

Deixando um pouco a rigidez de lado, me sinto na obrigação de citar uma história de Orson Welles, dono do maior fato ficcional da história da humanidade. Todos já devem ter ouvido falar da estória que Welles inventou, ao vivo durante um programa de rádio nos Estados Unidos, narrando a invasão de extraterrestres na terra. A mentira foi tão verdadeira que a grande parte da população entrou em prantos.

A mentira é uma mascara. Ao contrário do que a grande maioria pensa, entretanto, esta mascara representa a o ponto mais negrume da alma do ser humano.

Mentir virou algo inerente de do ser humano de maneira tão grandiosa, que ser cético é, hoje em dia, uma característica de todos.

Felipe Pugliese

domingo, 15 de março de 2009

Resenha do filme "Entre os muros da escola"


Olá meus caros leitores.



Um jovem mata, a tiros, 15 adolescentes em uma escola da Alemanha e logo após se suicida. A sociedade coloca novamente em xeque os métodos escolares de disciplinas utilizados para com os adolescentes. Justamente nesta semana, é lançado o filme “Entre os muros da escola”. Deixando o eufemismo de lado, o longa-metragem é um soco no estômago da educação pública francesa e talvez mundial.

Uma garota chega no final da aula, após o professor de Francês ter perguntado o que os alunos haviam aprendido no ano, e diz com toda a sinceridade de uma menina de 12 anos que não aprendeu nada. Esta cena explica com perfeição do que o premiado filme aborda em sua trama.

Dirigido pelo francês Laurent Cantet, “Entre os muros da escola” conquistou a Palma de Ouro na última edição do Festival de Cannes, um dos mais importantes prêmios do cinema atual, além de ser indicado ao Oscar como melhor filme estrangeiro.

Baseado no livro “Entre os muros”, de François Bégaudeau, o longa ocorre em sua maior parte dentro de uma sala de aula em uma escola do subúrbio de Paris, mais precisamente durante as aulas de literatura francesa. Contando com uma diversidade étnica muito grande dos alunos, o professor passa por situações constrangedoras com os solícitos estudantes, que pouco estão interessados em aprender uma literatura que não corresponde às histórias de seus países de origem.

O estopim do conturbado relacionamento entre professor-aluno acontece quando, já totalmente consternado com a falta de disciplina dos adolescentes, o educador insulta duas garotas às chamando de “vagabundas”.

Conflitos intrigantes e situações reais atraem a atenção do telespectador a todo instante, provando a qualidade do filme. Em meio a uma onda de filmes demorados, com enredos cansativos e complicados, “Entres os muros da escola” chega ao Brasil com a fama de melhor e mais proveitoso filme em cartaz em 2009.



Felipe Pugliese.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Resenha do filme "Quem quer ser um milionário?"

Olá meus caros leitores.
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Alguns diziam que não havia nenhum filme digno a levar o prêmio de melhor roteiro no Oscar 2009.Outros afirmavam que o prêmio seria dado ao menos pior. Eu, talvez por uma questão de cautela, pois só assistira dois concorrentes – O curioso caso de Benjamim Button e O Leitor – concordava com esta afirmação.

Entretanto, ontem tive a oportunidade de deleitar o roteiro do longa vencedor de oito Oscars no último domingo. E, diga-se de passagem, que belo roteiro. Filmado fora dos padrões Hollywoodianos, o diretor Danny Boyle optou por atores formados na Índia, mais precisamente em Bollywood. Talvez por esta ousadia, “Quem quer ser um milionário?” diferencia-se dos outros adversários, porém há gente que afirma com todas as certezas que o filme “Milk – A voz da igualdade” era quem merecia levar a estatueta.

O diretor do filme campeão, Danny Boyle, (Transpoting) conseguiu criar uma trama repleta de emoções e expectativas. Jamal Maiki, personagem principal do filme, é um adolescente resoluto que cresceu no subúrbio de Mumbai e aprendeu muitas lições com a vida, sempre acompanhadas de sua futura paixão e seu irmão.

Inesperadamente, Jamal participa de um programa muito parecido com o Show do Milhão, consegue vencer o prêmio máximo e se torna o mais novo milionário da Índia. Contudo, as autoridades locais não se conformam que um garoto sem estrutura educacional tenha conseguido vencer o jogo, que porventura pessoas estudadas não chegaram nem perto de conseguir.

Ao contrário do que os poderosos pensavam, porém, Jamal buscava as respostas em reminiscências de sua sofrida infância. Contrariando as acusações que estivesse trapaceando, mentindo ou contando com uma forcinha da sorte, o garoto consegue provar que o destino lhe reservava aquilo tudo.

Qualquer comparação feita entre o vencedor do Oscar com Cidade de Deus, de Fernando Meiralles, entretanto, tira o diretor Danny Boyle do sério. Boyle afirma que já assistiu ao filme brasileiro quatro vezes e que sua intenção não era fazer um longa coincidente. Todavia, não há como negar que algumas cenas lembram muito o filme de Meirelles.

O Oscar 2009 está, com justiça, em boas mãos.


Felipe Pugliese

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Não contavam com a sua astúcia



Olá meus caros leitores.


Em tempos onde a televisão brasileira não passa nem perto de ser a diversão mais segura para educar uma criança, um programa marca seu espaço a cada ano na programação do SBT. Com um humor genuíno e inocente, Chaves e Chapolim se diferenciam do resto das animações infantis da televisão nacional atual.

Alguns personagens já faleceram, entretanto, no ultimo sábado, Roberto Gómez Bolaños, personagem e idealizador do programa humorístico, completou 80 anos. Como fã de primeira do programa, não poderia deixar passar em branco esta data sem sequer uma homenagem.

Mesmo com 80 anos nas costas, o ator, escritor, publicitário, desenhista, compositor de músicas e letras de canções populares, diretor, produtor e pai de seis filhos, “Chespirito” mostra que continua bem lúcido. Bolaños prepara três livros, um sobre futebol, outro sobre o riso e o terceiro chamado: “história universal”. Além das obras, o ator ainda escreve o roteiro do filme “O Chapolim”, contando a história do super-herói mais atrapalhado e engraçado que já assisti.

Chavinho, parabéns por ter eclodido um novo jeito de fazer humor na televisão. É uma pena que hoje em dia a vulgaridade tomou conta do meio televisivo e não exista mais tanta pureza e graça como Chaves e Chapolim.



Felipe Pugliese

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Budapeste

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Olá meus caros leitores

Há mais ou menos um mês, eu saía de uma sessão de cinema e me deparava com o cartaz do filme Budapeste, que estreará em abril. O longa será adaptado ao romance literário de Chico Buarque de Holanda – aquele mesmo que eu chamei de resoluto há dois textos posteriores a este-, é dirigido por Walter Carvalho e, só pelo trailer, promete ser uma obra interessante. Já pensando no filme, tive a curiosidade de ler Budapeste e criar uma resenha para legar ao leitor do umpapoaberto.

Ouvi esta semana de um jornalista que: a leitura nada mais é que um diálogo entre o leitor e o autor. Em Budapeste, várias vezes esta sensação pode ser percebida. O personagem principal, José Costa, é um escritor dono de um texto criativo e versátil, entretanto, todos os seus trabalhos são terceirizados a outras pessoas, assim ele acaba vendendo seus textos para “clientes” publicarem com outros nomes.


No entanto, após conhecer a cidade Budapeste acidentalmente, a vida de José muda completamente. O escritor abandona sua família, seu trabalho e sua pátria mãe, e fixa na cabeça a ideia de voltar à Hungria para aprender a falar o idioma do país. A partir daí, alguns acontecimentos mudarão a vida deste genuíno personagem criado por Chico Buarque.

Por ser um tanto quanto moroso, o enredo da obra em alguns momentos chega a esmorecer o leitor. Contudo, o fato mais relevante que deve ser notado não é o enredo em si, mas a forma que Chico encaixa as frases, as expressões que ele usa e o jeito diferenciado de descrever os personagens e narrar uma cena. Não foi a toa que o escritor português José Saramago afirmou para quem quisesse ouvir, que este livro eclodia algo novo na literatura brasileira.

Não creio enganar-me em afirmar que Budapeste foi uma das mais profícuas obras contemporânea que já li. Volto a dizer que não pela trama, mas sim pela inteligência da escrita.

Para quem quiser acompanhar o trailer do filme, aqui está o link: http://www.youtube.com/watch?v=95X-WKwCHws

Felipe Pugliese

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O curioso leitor milionário Nixon/Milk


Olá meus caros leitores.


22 de fevereiro de 2009, teatro Kodak, Los Angeles.

O momento mais esperado do ano para quem vive sobre a expectativa de conhecer o que de melhor emocionou e cativou o público nas telas de cinema de todo o mundo está chegando. A 81ª edição da entrega do Oscar pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, repleta de glamour e totalmente excêntrica, de passo em passo, se aproxima lentamente dos cinéfilos de plantão.

Algumas conclusões preconcebidas presenteiam o público com uma ansiedade contagiante. Isto porque, pela falta de uma super produção, ou até mesmo uma trama mais elaborada, os concorrentes disputam no mesmo nível, me refiro, obviamente, sobre o prêmio de melhor filme (acho que já deu para captar pelo título que a ideia é comentar sobre esta premiação especificadamente).

São cinco os concorrentes: Quem quer ser milionário (Danny Boyle), O curioso caso de Benjamim Button (David Flincher), O leitor ( Stephen Daldry), Frost/Nixon (Ron Horward) e Milk (Guns Van Saint).

Curiosamente (não querendo usar de trocadilhos com Benjamim Button, mas já utilizando), ou não, os diretores que concorrem ao prêmio de melhor direção são os mesmos cinco que disputam pelos filmes citados a cima. Pelo sim, ou pelo não, prefiro achar este fato apenas curioso (novamente assim como Benjamim Button), pois não teria pé, muito menos cabeça, imaginar um diretor vencendo como melhor filme, entretanto, perdendo o troféu de melhor direção.

Agora dando a minha visão de quem merece levar a estatueta, já digo logo de cara que O Leitor não merece nem estar aí. Sem sombra de dúvidas, um dos filmes mais letárgicos que já presenciei. O Benjamim Brad Button Pitt tem um enredo um pouco mais interessante, contudo, nada que me deixe embevecido. Já os outros três concorrentes, ainda não tive a oportunidade de acompanhar, porém, dizem as más línguas, ou boas, que Quem quer ser milionário? já está com a faixa de campeão encomendada.

Já conversei com alguns amigos que assistiram Milk - a vóz da igualdade, e me garantiram que a produção e o enredo são interessantes, principalmente se for comparado o personagem principal, o primeiro homossexual a vencer uma eleição nos EUA, com o atual presidente do país, que assumiu o cargo quebrando barreiras e atropelando preconceitos. Portanto, acredito que o longa pode aparecer como uma agradável surpresa.

Acredito que Forts/Nixon surja mais como um documentário, isto porque mostra detalhadamente o escândalo de Watergate, ocorrido durante a presidência de Richard Nixon nos Estados Unidos.


Só para deixar registrado, quero afirmar que o prêmio de melhor atriz não pode ficar com outra atriz, a não ser Angelina Jolie, em A Troca.

Vamos esperar para ver, entretanto, algumas reminiscências cinematográficas surgem em minha mente e fazem com que eu não me sinta tão empolgado para esta premiação, até porque estas produções que concorrem ao Oscar não serão lembradas por muito tempo, tampouco haverá uma eclosão de um novo fenômeno das telinhas. É bom elucidar isto cedo, antes que seja tarde.


. PRÊMIOS PRINCIPAIS

Melhor filme:


QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

MILK - A VOZ DA IGUALDADE

FROST/NIXON

O LEITOR

Melhor diretor:


Danny Boyle/QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?
David Fincher/O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Gus Van Saint/MILK - A VOZ DA IGUALDADE

Ron Howard/FROST/NIXONS

tephen Daldry/O LEITOR


Melhor ator:


Sean Penn/MILK - A VOZ DA IGUALDADE

Mickey Rourke/O LUTADOR

Frank Langella/FROST/NIXON

Brad Pitt/O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Richard Jenkins/THE VISITOR


Melhor atriz:


Kate Winslet/O LEITOR

Anne Hathaway/O CASAMENTO DE RACHEL

Meryl Streep/DÚVIDA

Angelina Jolie/A TROCA

Melissa Leo/RIO CONGELADO


Melhor ator coadjuvante:


Heath Ledger/O CAVALEIRO DAS TREVAS

Robert Downey Jr/TROVÃO TROPICAL

Josh Brolin/MILK - A VOZ DA IGUALDADE

Phillip Seymour Hoffman/DÚVIDA

Michael Shannon/FOI APENAS UM SONHO


Melhor atriz coadjuvante:


Penelope Cruz/VICKY CRISTINA BARCELONA

Viola Davis/DÚVIDA

Marisa Tomei/O LUTADOR

Taraji P Henson/O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Amy Adams/DÚVIDA


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Chico Buarqe de Hollanda, o resoluto (!)

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Olá meus caros leitores.

Chico Buarque de Hollanda, para os mais próximos apenas Chico. Assim é conhecida uma das maiores figuras, não só da música brasileira, mas sim da história política e cultural deste país. Nascido no Rio de Janeiro em 1944, Chico foi um personagem que, no momento mais negro da história contemporânea do Brasil, marcado por perseguições, censuras e torturas militares, tinha demasiada gana em enfrentar o poder da maneira mais brilhante e genuína possível, buscando resgatar a delicadeza arrancada de nossa nação.

Eu não tive o prazer de acompanhar a trajetória de Chico, tampouco a obra inteira deste homem. Todavia, tive a vontade de ler uma profícua biografia publicada pela Folha de S. Paulo, escrita pelo jornalista Fernando de Barros Silva, que não fornece todos os detalhes sobre o cantor e compositor, mas nos acrescenta algum engajamento para discutirmos Chico Buarque com os amigos.

Chico jamais deixou que seu engajamento político esmorecesse sobre as ordens da Ditadura Militar. A coragem é inerente em sua personalidade. No entanto, um relato do cantor no livro mostra que uma coisa o incomodava nas canções desta época. “Eu achava que aquilo tudo estava ficando cansativo, a moda de canções de protesto me incomodava. Era bonitinho ser contra o governo”. Apesar de ser antagonista ao regime, Chico se diferenciava na maneira de protestar.

Muitas coisas envolvendo a cultura musical brasileira envolvem Chico Buarque. As relações conflituosas entre o cantor e o tropicalismo, tema centrais dos debates culturais dos anos 60, são detalhadas no livro com algumas entrevistas dos principais personagens, como por exemplo, Caetano Veloso.

Chico veio de uma família muito culta. Seu avô, Aurélio Buarque, foi um crítico literário e criador do dicionário Aurélio. Seu pai, Sérgio Buarque, foi um dos mais importantes historiadores brasileiros. Sobretudo, Chico vivia em um ambiente intelectual muito forte, inclusive um grande amigo de seu pai se tornou seu fiel parceiro: Vinicius de Moraes, quem posteriormente seria padrinho de Silvia, filha de Chico com a atriz Marieta Severo.

O primeiro grande sucesso do autor foi a canção A Banda, música que explodiu no 2º festival de música popular brasileiro da TV Record, em 1966, dois anos antes do A5 ser colocado em vigor. Em seguida vieram diversas canções que você, meu caro leitor, caso não conheça, como eu também não conhecia, deve tentar se aproximar.

No próximo mês sairá no cinema o filme Budapeste, baseado no romance de Chico Buarque. Tenha a certeza que irei ler e em breve a resenha do livro e do filme estará por aqui.

Outro dado importante, é que esta semana foi lançado um livro chamado O som do Pasquim, que exibe interessantíssimas entrevistas com os mais polêmicos músicos nacionais. Vale a pena o investimento!

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Felipe Pugliese.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

TITÃS - a vida até parece uma festa

Olá meus caros leitores.

Primeiramente, gostaria de agradecer ao jornal Destak e ao meu talentoso amigo jornalista Guilherme Reis, pela matéria sobre o blog umpapoaberto na edição do tablóide desta quinta-feira. Esta aí a prova de que tudo que se faz com amor e vontade dá resultado.
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Agora sim, após os agradecimentos, voltamos a falar de cultura musical.

Que a música nacional, principalmente o Rock, passa por um período muito crítico de sua existência devido à escassez de bandas qualificadas, não há dúvidas. Talvez por este motivo, fiquei muito instigado a presenciar o documentário sobre os Titãs. Não coloquei a minha crítica antes, pois sabia que um debate com Branco Mello aconteceria em breve e achei melhor esperar por tal.

Documentários costumam, na maioria dos casos, serem estafantes. Titãs – a vida até parece uma festa, longa que conta a história de um dos mais importantes grupos de Rock do país, no entanto, se diferencia positivamente por não ter essas características.

O documentário, dirigido por Oscar Rodrigues Alves com participação do integrante do grupo Branco Mello, mostra a participação de shows e bastidores da banda desde 1986, contando com cenas engraçadas, polêmicas, como a prisão dos integrantes Tony Belloto e Arnaldo Antunes por posse de heroína, e emocionantes, como a superação do grupo após a morte de Marcelo Fromer. O ex-pertencente dos Titãs era, pelo que pude captar no documentário, o mais animado e irreverente membro da banda.

Nesta quarta-feira, 28, o HSBC Belas Artes proporcionou ao público um encontro com Oscar Rodrigues e Branco Mello para um debate. Eu, entretanto, não pude comparecer, pois tive outro compromisso na mesma hora. Todavia, consegui alguns trechos deste profícuo encontro para repassar a você, meu frequente leitor.

Branco Mello não aparentou ser tão enigmático como pode parecer por trás dos óculos escuros. O músico garantiu que a experiência de transportar a vida da banda para as telas nunca havia lhe passado pela cabeça e que no começo ele pensava não passar de uma utopia. “Nunca pensei em contar uma estória, mesmo porque não sabia que o Titãs ia tão longe”.

Ao ser questionado sobre os play-backs que a banda era obrigada a fazer nos programas de auditório, Branco surpreendeu a todos com uma irreverente resposta. “Play-back é do caralho! A gente podia fazer coreografias, brincar com a platéia...”, afirmou Branco.

O diretor Oscar Rodrigues Alves confessou gostar da banda há muito tempo, e esta antiga admiração fez com que seu trabalho se tornasse um deleite ofício. “Quando dirigi Epitáfio, nasceu meu casamento com o Titãs. Sempre fui fã da banda e os acompanhei nos principais momentos”.

Bom, estão aí alguns trechos que consegui de um blog muito interessante sobre cinema. Para quem quiser acessar, está aqui o link: http://diariodeumafocaemcrise.blogspot.com/

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Felipe Pugliese

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Um papo aberto com Fernando Meirelles


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Olá meus caros leitores.

Em uma semana agitada nos bastidores políticos dos Estados Unidos, devido à tomada de posse da Casa Branca do novo presidente do país Barack Obama, o cineasta Fernando Meirelles apresentou ao público seu novo projeto que estreará dia 23 deste mês. A empresa de Meirelles, O2, comprou os direitos do documentário “Novo século americano”, do cineasta italiano Massimo Mazucco. O longa desvenda alguns detalhes secretos, até então desconhecidos, das relações políticas externas do país que é considerado a maior potência do mundo atual contemporâneo.

A Folha de S. Paulo apresentou, nesta segunda-feira, no Cine Bombril, o documentário ao público. Logo após a sessão, o projeto Folha Documenta realizou um intrigante debate com o cineasta Fernando Meirelles, o sábio filósofo e colunista da Ilustrada, Luiz Felipe Pondé, o ator Paulo Betti, que faz a dublagem do documentário, e Donald Ranvaud, produtor do longa. Eu não poderia perder esta oportunidade, e não perdi.

Absorto, esta é a palavra que melhor define a forma que o documentário denuncia as ações do governo Bush e as trágicas decisões tomadas pelo presidente americano após os fatídicos atentados terroristas de 11 de setembro. Sobretudo, aponta sem pudor os principais interesses econômicos por trás das iniciativas militares, como por exemplo, na Guerra do Iraque.

Sem sombra de dúvidas, o mais interessante que tenho a repassar a você, meu leitor, não é o enredo do documentário, todavia, sim, a visão dos quatro personagens que participaram do debate.

O comportamento cético de Pondé foi o que mais despertou interesse do público, principalmente na hora de classificar o filme como manipulador de visões sobre os EUA.

“A intenção do filme é concentrar teorias falsas incriminando os EUA. Eu vejo este filme como uma peça de divulgação, que tem uma parte que levanta uma série de problemas com um impacto emocional muito grande. O seu verdadeiro intuito é de nós mostrar que estes caras (Bush e seu comparsas) são realmente maus”.

O filósofo ainda despertou uma visão no telespectador de como deveria ser entendido o que acabara de ser transmitido. “Nós devemos assistir este documentário, mas não devemos receber como um grupo de fiéis que esta recebendo a última informação sobre o caso”, vociferou Pondé, despertando uma aparência de poucos amigos de Donald Ranvaud.

Meirelles também enriqueceu o debate com importantes depoimentos. Ao ser questionado se o filme estava sendo estrategicamente lançado em janeiro, mês que um novo homem toma posse da Casa Branca, o cineasta confirmou esta sendo uma jogada de marketing. “A idéia de lançar nesta semana é celebrar o fim da era Bush”.

O cineasta ainda mencionou a imprensa como manipuladora dos fatos e disse adotar um comportamento cético com as notícias que lê nos jornais. “Para mim, a principal idéia do filme é como a informação é manipulada e que não podemos acreditar o que lemos em jornais. Cada dia eu desconfio mais de jornais e jornalistas”.

Meirelles, no entanto, se contradisse ao ser perguntado como divulgaria seu novo projeto. “Espero poder contar com a ajuda imprensa e das pessoas que assistirem ao longa”. Será que ao divulgar o documentário a imprensa não será manipuladora também, como afirmou Meirelles?

Pondé elucidou sua opinião sobre esta questão da imprensa imposta por Meirelles. “A imprensa ocupa um papel como se fosse um braço armado da democracia, no sentido que os alunos saem da faculdade com o pensamento que farão o mundo a se entender melhor, no entanto, nem sempre a informação não é o que você quer ouvir”.

Com depoimentos menos profícuos, o ator Paulo Batti, que faz um belo trabalho de dublagem, mostrou que também é engajado em discussões políticas, entretanto, suas visões não são tão interessantes como as de Pondé. “O poder que tem o documentário é muito forte. Você sai com a sensação de que aprendeu alguma coisa”.

A oportunidade de participar deste debate enriqueceu culturalmente a todos que estavam presentes.



Felipe Pugliese



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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Resenha do filme A Troca

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Olá meus caros leitores.

Realidade, indignação e emoção. Eis as palavras que melhor definem a obra de Clint Eastwood, isto por que sai do clichê implantado pelos filmes Holliwodianos dos últimos anos. Nada de ficção, tampouco inverdades, que só servem para iludir o público com uma realidade inexistente, sempre muito comum nos filmes americanos. Mas, sim, muita tristeza e inconformismo de uma mãe que perde o filho e luta de todas as formas para reconquistá-lo. Este é o magnífico enredo de A Troca.

O filme ocorre em Los Angeles, no ano de 1928, e é uma história real. O fato principal a ser notado é a forte crítica feita à indolência e à falta de ética da polícia americana daquele período.

Christine Collins, genialmente interpretada por Angelina Jolie, é uma mulher trabalhadora que tem como única razão de ser feliz, seu filho unigênito Valter Collins. Em uma tarde de sábado, no entanto, ao voltar do trabalho, Christine não encontra Valter em casa e, dominada pelo nervosismo, recorre à polícia de Los Angeles.

A polícia, entretanto, trata o caso de maneiro insolente. Após tamanha insistência de Christine, os policiais decidem trabalhar e encontram um garoto que diz ser Valter Collins. Totalmente embevecida ao receber a notícia, Christine vai ao encontro de seu filho, porém não tem a surpresa que esperava. A polícia se enganou e localizou outra criança no lugar de Valter.

A senhora Collins, como é chamada pelos polícias, não esmorece em nenhum momento na luta contra a fatídica solução do caso encontrada pela polícia, fato que lhe trás fortes conseqüências, como uma internação em um manicômio por ordem policial, sendo alegado que Christine não reconhecia o garoto como seu filho, o que realmente não era possível.

Todavia, a mulher é circunspeta em todos os momentos difíceis encontrado, e a polícia é inerente a não confessar que cometeu um grave erro no caso.

Repito, brilhante atuação de Angelina Jolie. Como exigido pelo papel, a atriz encena com uma frieza indescritível.

Sinto que devo parar de contar a trama, pois o filme entrou em cartaz esta semana no cinema e espero que todos vejam como termina esta estafante busca de uma mãe pelo filho perdido. Só adianto uma coisa, a justiça existe. Pelos menos para Christine Collins.



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Felipe Pugliese

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mãe é mãe

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Olá meus caros leitores.

Aproveitando a estréia da genuína minissérie Maysa, juntamente com a aprazível entrevista do filho da cantora e diretor da trama, Jayme Monjardim, ao caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, esta semana, irei escrever um pouco sobre o estafante trabalho deste homem, que não poupou esforços para mostrar quem realmente foi sua mãe, tampouco verdades sobre a turbulenta e polêmica carreira desta lendária cantora.

A cantora é representada pela novata atriz Larissa Maciel, uma linda gaúcha de 31 anos.

Maysa viveu de 1936 a 1977. Com uma personalidade mutante, se tornou uma grande estrela da Bossa Nova. Todavia, a cantora começou sua carreira cantando um estilo musical chamado de samba-canção, que carregava como clichê ser uma musica de fossa.

Juntamente com um dos principais empresários do Brasil, André Matarazzo, Maysa teve Jayme, unigênito herdeiro do casal. Monjardim tinha seis anos quando seu pai faleceu.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o diretor, que já dirigiu grandes sucessos da televisão brasileira, como por exemplo, Pantanal e Olga, afirmou que não guarda magoas de sua mãe, mesmo após ter passado dez anos de sua vida internado em um colégio interno na Espanha, após a morte de seu pai. Além do mais, lembra como foi este triste episódio de sua vida.

“Imagina passar dez anos em um colégio interno sozinho. Os dez anos foram tão violentos que a cena da minissérie não é mais violenta para mim... Tinha raiva, era revoltado, pô, como minha mãe me largou em um colégio? Mas, na medida em que cresci, fui entendendo que Maysa agia assim por milhões de motivos”.

Embevecido com a grande oportunidade que lhe era dado, de criar um trabalho em cima da história da mulher que lhe deu a luz, surgiu um grande obstáculo que o diretor teria de enfrentar, controlar suas emoções. No entanto, Monjardim afirmou que conseguiu tirar isto de letra.

“Consegui separar o filho do diretor, ter um distanciamento para não sofrer ou se emocionar. Sem isso, não poderia ter feita esse trabalho”.

Apesar do trabalho ter sido muito moroso, Monjardim afirma que, acima de tudo, esta foi uma auto-análise do seu passado.

“Dediquei-me muito a este trabalho, pois, talvez, seja o mais importante da minha vida... Nestes dois anos que estou me dedicando a este projeto, passaram 30 anos de análise”.

O longo tempo que antecedeu o início das gravações não esmoreceu Monjardim, que labutou para que o público presenciasse uma belíssima minissérie.

O êxito foi alcançado, sem sombra de dúvidas.




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Felie Pugliese