quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Chico Buarqe de Hollanda, o resoluto (!)

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Olá meus caros leitores.

Chico Buarque de Hollanda, para os mais próximos apenas Chico. Assim é conhecida uma das maiores figuras, não só da música brasileira, mas sim da história política e cultural deste país. Nascido no Rio de Janeiro em 1944, Chico foi um personagem que, no momento mais negro da história contemporânea do Brasil, marcado por perseguições, censuras e torturas militares, tinha demasiada gana em enfrentar o poder da maneira mais brilhante e genuína possível, buscando resgatar a delicadeza arrancada de nossa nação.

Eu não tive o prazer de acompanhar a trajetória de Chico, tampouco a obra inteira deste homem. Todavia, tive a vontade de ler uma profícua biografia publicada pela Folha de S. Paulo, escrita pelo jornalista Fernando de Barros Silva, que não fornece todos os detalhes sobre o cantor e compositor, mas nos acrescenta algum engajamento para discutirmos Chico Buarque com os amigos.

Chico jamais deixou que seu engajamento político esmorecesse sobre as ordens da Ditadura Militar. A coragem é inerente em sua personalidade. No entanto, um relato do cantor no livro mostra que uma coisa o incomodava nas canções desta época. “Eu achava que aquilo tudo estava ficando cansativo, a moda de canções de protesto me incomodava. Era bonitinho ser contra o governo”. Apesar de ser antagonista ao regime, Chico se diferenciava na maneira de protestar.

Muitas coisas envolvendo a cultura musical brasileira envolvem Chico Buarque. As relações conflituosas entre o cantor e o tropicalismo, tema centrais dos debates culturais dos anos 60, são detalhadas no livro com algumas entrevistas dos principais personagens, como por exemplo, Caetano Veloso.

Chico veio de uma família muito culta. Seu avô, Aurélio Buarque, foi um crítico literário e criador do dicionário Aurélio. Seu pai, Sérgio Buarque, foi um dos mais importantes historiadores brasileiros. Sobretudo, Chico vivia em um ambiente intelectual muito forte, inclusive um grande amigo de seu pai se tornou seu fiel parceiro: Vinicius de Moraes, quem posteriormente seria padrinho de Silvia, filha de Chico com a atriz Marieta Severo.

O primeiro grande sucesso do autor foi a canção A Banda, música que explodiu no 2º festival de música popular brasileiro da TV Record, em 1966, dois anos antes do A5 ser colocado em vigor. Em seguida vieram diversas canções que você, meu caro leitor, caso não conheça, como eu também não conhecia, deve tentar se aproximar.

No próximo mês sairá no cinema o filme Budapeste, baseado no romance de Chico Buarque. Tenha a certeza que irei ler e em breve a resenha do livro e do filme estará por aqui.

Outro dado importante, é que esta semana foi lançado um livro chamado O som do Pasquim, que exibe interessantíssimas entrevistas com os mais polêmicos músicos nacionais. Vale a pena o investimento!

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Felipe Pugliese.