quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mãe é mãe

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Olá meus caros leitores.

Aproveitando a estréia da genuína minissérie Maysa, juntamente com a aprazível entrevista do filho da cantora e diretor da trama, Jayme Monjardim, ao caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, esta semana, irei escrever um pouco sobre o estafante trabalho deste homem, que não poupou esforços para mostrar quem realmente foi sua mãe, tampouco verdades sobre a turbulenta e polêmica carreira desta lendária cantora.

A cantora é representada pela novata atriz Larissa Maciel, uma linda gaúcha de 31 anos.

Maysa viveu de 1936 a 1977. Com uma personalidade mutante, se tornou uma grande estrela da Bossa Nova. Todavia, a cantora começou sua carreira cantando um estilo musical chamado de samba-canção, que carregava como clichê ser uma musica de fossa.

Juntamente com um dos principais empresários do Brasil, André Matarazzo, Maysa teve Jayme, unigênito herdeiro do casal. Monjardim tinha seis anos quando seu pai faleceu.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o diretor, que já dirigiu grandes sucessos da televisão brasileira, como por exemplo, Pantanal e Olga, afirmou que não guarda magoas de sua mãe, mesmo após ter passado dez anos de sua vida internado em um colégio interno na Espanha, após a morte de seu pai. Além do mais, lembra como foi este triste episódio de sua vida.

“Imagina passar dez anos em um colégio interno sozinho. Os dez anos foram tão violentos que a cena da minissérie não é mais violenta para mim... Tinha raiva, era revoltado, pô, como minha mãe me largou em um colégio? Mas, na medida em que cresci, fui entendendo que Maysa agia assim por milhões de motivos”.

Embevecido com a grande oportunidade que lhe era dado, de criar um trabalho em cima da história da mulher que lhe deu a luz, surgiu um grande obstáculo que o diretor teria de enfrentar, controlar suas emoções. No entanto, Monjardim afirmou que conseguiu tirar isto de letra.

“Consegui separar o filho do diretor, ter um distanciamento para não sofrer ou se emocionar. Sem isso, não poderia ter feita esse trabalho”.

Apesar do trabalho ter sido muito moroso, Monjardim afirma que, acima de tudo, esta foi uma auto-análise do seu passado.

“Dediquei-me muito a este trabalho, pois, talvez, seja o mais importante da minha vida... Nestes dois anos que estou me dedicando a este projeto, passaram 30 anos de análise”.

O longo tempo que antecedeu o início das gravações não esmoreceu Monjardim, que labutou para que o público presenciasse uma belíssima minissérie.

O êxito foi alcançado, sem sombra de dúvidas.




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Felie Pugliese