segunda-feira, 13 de abril de 2009

O prazer pelo sofrer


Olá meus caros leitores.

Desde os primeiros textos publicados no “umpapoaberto”, a culturabrasileira e mundial é o tema mais abordado e, consequentemente,discutido por meio de comentários. No entanto, ontem passei por umasituação que me fez persuadir que o futebol, tema nunca antes expostoneste espaço, encabeça o ranking dos principais fenômenos culturais doBrasil – não digo no mundo porque a paixão do nosso povo é sim maior.É sim.

Domingo pascal ensolarado na cidade de São Paulo e o estádio PauloMachado de Carvalho é palco para o “Majestoso”, aquele que, paramuitos, é o clássico da maior rivalidade do futebol brasileiro:Corinthians x São Paulo.

O Coringão com aquela gana de desforra, causada pelos três anos queficou sem vencer o São Paulo, e querendo mostrar a sua torcida quemsão os verdadeiros fregueses. Já o Tricolor - antagonista doespetáculo, já que a grande maioria dos presentes eram os corintianos,- foi a campo com o intuito de elucidar a ideia que está com opensamento voltado a Libertadores da América. O resultado destacombinação foi um jogo que, como diria Galvão Bueno: Haja coraçãoamigos. (Em breve você entenderá o motivo de utilizar este jargão).

O relógio marcava 18 minutos do segundo tempo e o placar 1 a 1. OCorinthians bombardeava o São Paulo de todas as formas, mas a bolaparecia não querer a companhia da rede são paulina. Nervoso com asituação, ouvi uma voz balbuciar atrás de mim: “Eu vou morrer docoração... Esse time um dia me mata de infarto!!!”.

Este é um clichê usado pela torcida corintiana, que acostumada com asvitórias conquistadas de maneira sofrida, sempre pensa no estado queficará seu coração após o apito final do juiz. Este homem, no entanto, não usava esta expressão apenas para fantasiar a situação.

O cronômetro já marcava 45 minutos e no placar o injusto 1 a 1insistia em permanecer. A mesma voz voltou a marcar minha memóriaquando gritou, de maneira exaurida: “Eu acredito. Eu acredito em você,Coringão... Eu vou morrer do Coração!!!”.

A placa de três minutos de acréscimo subiu e, como na mente daquelavoz, todos acreditavam. Até que, aos 47, Cristian provou que a fé docorintiano é infalível. Na mesma hora virei para trás para dizeràquele homem que se havia uma coisa que ele jamais deveria deixar deacreditar, esta coisa se chamava Sport Clube Corinthians Paulista. Todavia, quando vireiele havia desabado no meio do tobogã. Desacordado, o sofredor recebia a ajuda de alguns que conseguiram controlar as emoções e reanimá-lo.

Ele bem que avisou que o coração dele poderia parar a qualquer instante, porém ninguém lhe deu ouvidos. Também é verdade, que dizer que o coração do um corintiano corre o risco de parar, em alguns momentos, é de uma obviedade tremenda.


Felipe Pugliese

3 comentários:

Pacheco - Rafael disse...

Irmão, e nem deu pra te encontrar lá hein. Mas tá firmão!! Valeu a pena cada minuto das arrastadas 13 horas que passamos na fila. Valeu apena cada gota do veneno da polícia, presente lá pra cortar a nossa onda a cada par de horas... valeu tudo!

Sofri demais, foi Corinthians demais esse jogo.

Agora começou a luta pra conseguir ingressos no panetone. Vamo chegar!

Pacheco - Rafael disse...

Aí, e sobre a Páscoa é aquilo:

"nunca vão nos entender... sempre vão nos criticar... mas eu quero que se foda eu largo minha família pra te ver jogar"....

abs companheiro.

é nóis que soma!

Unknown disse...

Tamo junto na madruga quando for preciso parcero. Por conhecer o Corinthians, afirmo sem medo que este caneco já tem dono: O Todo Poderoso!

E tenho dito!