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Olá meus caros leitores
Há mais ou menos um mês, eu saía de uma sessão de cinema e me deparava com o cartaz do filme Budapeste, que estreará em abril. O longa será adaptado ao romance literário de Chico Buarque de Holanda – aquele mesmo que eu chamei de resoluto há dois textos posteriores a este-, é dirigido por Walter Carvalho e, só pelo trailer, promete ser uma obra interessante. Já pensando no filme, tive a curiosidade de ler Budapeste e criar uma resenha para legar ao leitor do umpapoaberto.
Ouvi esta semana de um jornalista que: a leitura nada mais é que um diálogo entre o leitor e o autor. Em Budapeste, várias vezes esta sensação pode ser percebida. O personagem principal, José Costa, é um escritor dono de um texto criativo e versátil, entretanto, todos os seus trabalhos são terceirizados a outras pessoas, assim ele acaba vendendo seus textos para “clientes” publicarem com outros nomes.
No entanto, após conhecer a cidade Budapeste acidentalmente, a vida de José muda completamente. O escritor abandona sua família, seu trabalho e sua pátria mãe, e fixa na cabeça a ideia de voltar à Hungria para aprender a falar o idioma do país. A partir daí, alguns acontecimentos mudarão a vida deste genuíno personagem criado por Chico Buarque.
Por ser um tanto quanto moroso, o enredo da obra em alguns momentos chega a esmorecer o leitor. Contudo, o fato mais relevante que deve ser notado não é o enredo em si, mas a forma que Chico encaixa as frases, as expressões que ele usa e o jeito diferenciado de descrever os personagens e narrar uma cena. Não foi a toa que o escritor português José Saramago afirmou para quem quisesse ouvir, que este livro eclodia algo novo na literatura brasileira.
Não creio enganar-me em afirmar que Budapeste foi uma das mais profícuas obras contemporânea que já li. Volto a dizer que não pela trama, mas sim pela inteligência da escrita.
Para quem quiser acompanhar o trailer do filme, aqui está o link: http://www.youtube.com/watch?v=95X-WKwCHws
Felipe Pugliese
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