sexta-feira, 12 de julho de 2013

“Newsroom”


Por Felipe Pugliese

Redação de telejornalismo é um ambiente maluco. A empolgação da estagiária que acompanha uma externa pela primeira vez e o desânimo daquele que está na área há mais tempo é uma mistura interessante. Um comentário sobre o ranzinza: o mau-humor dele é um tempero que faz falta quando ausente. Quanto mais ele reclama, mais é viciado é na profissão.

Escrevo sobre o assunto motivado pela série “Newsroom”, que estreia a segunda temporada no canal HBO no próximo dia 15.

Ontem assisti o primeiro capítulo da primeira temporada. Pouco sei para comentar. Pude, no entanto, perceber que a utopia de uma redação de telejornalismo será, mais uma vez, jorrada na cara de quem assistir.

O âncora do telejornal volta de um período afastado e percebe que toda sua equipe foi substituída por novos profissionais. A nova diretoria é um antigo desafeto. Em meio a uma discussão sobre as mudanças, a notícia sobre um vazamento no Golfo do México explode na redação. Sem conhecer um ao outro, a equipe faz um plantão totalmente improvisado e é consagrada.

Foi só o primeiro capítulo. Muita utopia ainda está por vir.

Diálogos rápidos prendem a atenção. Me lembrou o importante filme “Nos bastidores da notícia”.



Obs: Divulgo meus textos no Facebook. Posso ser alvo de espionagem: Oh, God... I' M NOT A TERRORIST!  

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Catraca Livre


Por Felipe Pugliese

Francisco, Luciana e a pequena Maria Eduarda (de apenas três anos) chegaram de Fortaleza há dois dias. Em São Paulo morava a utopia de uma vida melhor. Ilusão. Contam moedas para a filha não dividir a madrugada ao lado de usuários de crack na Avenida São João. Enquanto isso, a depressão para muitos está na falta de um carro melhor do que o do vizinho. 

Desabafar esvazia o rancor. 

Quero mesmo escrever sobre o bom artigo escrito por integrantes do Movimento Passe Livre, na Folha de S. Paulo desta sexta-feira. 

O transporte coletivo gratuito, até mesmo para Dilma Roussef, é inviável. Ou paga tarifa ou imposto. Que assim seja, então, presidente...

Um imposto para todo cidadão "sustentar" os gastos do transporte é a solução. Não importa se você usa ou não. Com a "catraca livre", o trânsito desafoga, a empregada da sua casa fica mais feliz e empresários corruptos deixam de mamar. 

A CPI dos transportes me fez acreditar em justiça. Porém, ao saber que será comandada por aliados de Gilberto Kassab a desilusão outra vez reina.  

Você aceitaria pagar um imposto pela tarifa zero no transporte público?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Capão Pecado

Por Felipe Pugliese

Céticos argumentam contra dados. Não sou um deles.

A Classe C aumentou consideravelmente no governo Lula. O reconhecimento é louvável. Porém, o abismo social ainda parece imensurável. Viva uma semana no Capão Redondo e reflita sobre tal realidade. É o que escancara o livre “Capão Pecado”, escrito no início da década passada e muito bem representado atualmente.

A obra de Ferréz aposta (obviamente) na chamada “literatura marginal”. Expõe cruamente a realidade de uma região soterrada na selva de pedras chamada São Paulo. O ódio pelos “playbas” tem uma profunda raiz  Nasce a partir do momento em que o Estado olha apenas para quem o sustenta. A concorrência entre um jovem da periferia e qualquer outro, na esmagadora maioria dos casos, é desleal.

Escrevi para você viver uma semana no Capão. Eu vivi três horas. No começo deste ano a oportunidade de gravar uma reportagem sobre o “Projeto Sonhar” me atiçou. Queria estar naquela zona eternizada nas letras dos Racionais. O projeto é trabalho esplêndido comandado por um ex-traficante que trocou a arma pela caneta. Virou escritor e hoje usa a arte para tirar jovens dó óbvio destino chamado crime.




segunda-feira, 1 de julho de 2013

Quem vai pagar a conta?



Por Felipe Pugliese

Impossível não ficar pasmo com a pró-atividade demonstrada por nossos representantes. Bom e preocupante.


Nos rebelamos e as respostas vieram. Não foram poucas as satisfações da nossa comandante. Uma delas, porém, atingiu o brio da classe médiCa brasileira. Anunciar o investimento em profissionais estrangeiros não parece a saída ideal para os crônicos problemas de saúde do país.


Até para o mais leigo dos leigos fica evidente que o Brasil carece de matéria-prima qualificada e quantificada muito mais do que de mão de obra.


Os médicos estão nas ruas. Com pouca força, precisarão de maior radicalismo. Quem vai pagar a conta? Quem precisa do serviço público. Eu, você e todos que gozam do privado mal sabemos o que se passa.


Profissionais que usam o sistema falho para expor a falta de caráter há em todas a áreas.


Se tornar médico no Brasil exige anos de entrega. Sou, sim, contra a faculdade particular. São extremamente caras e possibilitam que qualquer um chegue à medicina. Como cantava João Nogueira: é uma questão de opinião.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Incapturável



Por Felipe Pugliese

A virtude que mais admiro na viciante rede social é a rápida interação que a ferramenta proporciona. Opino, curtem, comentam ou ignoram. Funciona como um feedback imediato.

Na última terça-feira fiz um rápido comentário sobre Edward Snowden, personagem que chama a atenção há alguns dias. Um estadunidense que vive a realidade de um roteiro cinematográfico bem familiar: o “ilegal” perseguido pelo governo dos EUA que, sabe-se lá como, permanece incapturável.

“Aha, Uhu... o Snowden é ninja”.

Meu comentário na rede social não foi direto, talvez por isso não atingiu nem um pessoa. Alguns até palpitaram, mas sobre outros assuntos sem o mínimo sentido.

Escrevo sobre Snowden por achar importante a divulgação de uma audaciosa atitude. Ele revelou a estratégia inconcebível dos EUA de manipular e controlar a vida da população, justamente na revolucionária rede social.

Snowden está dentro de um aeroporto da Rússia desde o início da semana. É ou não é um roteiro já visto antes? Cuba, Equador e Venezuela podem ser seu destino. 

Viva  Liberdade. De Snowden e de expressão! 

Com licença


Felipe Pugliese

Por um bom tempo escrevi sobre futebol. Cansei. Deixei alguns companheiros e projetos para trás.


Há mais de três meses não opino no papel. Senti falta e resolvi dar vida nova a este espaço, que descansa desde 2009. Foi nele que aprimorei uma escrita - que era péssima. Confesso!


Aqui vou escrever de tudo. Tudo é: leituras, filmes, política, esportes, reportagens gravadas, papos de esquinas...


Vou opinar para provocar opiniões. A preferencia é para as contrárias.  


O Papo é Aberto.


Posso cansar novamente.  


“Que seja eterno enquanto dure”.