Olá meus caros leitores.
Antes de qualquer coisa, devo agradecer aos 12 suados comentários cadastrados no último texto. Objetivo alcançado. O fato ocorrido prova que devo adotar este novo critério na escolha de temas para meus textos: publicar menos resenhas de filmes e mais assuntos que gerem discussões.
Assisti ao filme “Che, o argentino” e, para começar, já digo que este é um programa que não recomendo a ninguém. Acredito que Ernesto Che Guevara seja um dos personagens mais enigmáticos das últimas décadas, sendo assim, nada melhor que um filme para desvendar estes enigmas. Todavia, não é isto o que acontece na trama. Caso queiram ler a crítica que fiz sobre o longa de Steven Soderbergh, acessem: relaxeyblog.blogspot.com.
Como já disse no primeiro parágrafo que serão dadas umas férias às críticas cinematográficas, vou escrever um pouco do que pesquisei, aprendi e agora sei sobre a vida de Ernesto Guevara.
Che nasceu na Argentina, filho de família de classe média e aparentemente apenas mais um jovem que sonhava em ser doutor. No entanto, enquanto seus amigos andavam com roupas de grife e engomados até a ponta do penteado, Ernesto optava pela blusa larga e orgulhava-se de não ter uma relação muito harmoniosa com o chuveiro.
Ao contrário do que sua família sonhava, porém, uma viagem de moto pela América, juntamente com seu amigo Alberto Granado, culminou no início da história de um dos principais líderes revolucionários da história contemporânea. Nesta aventura em cima de duas rodas, outro fiel amuleto teve grande influência nas dimensões que a vida de Ernesto Guevara tomaria em alguns anos: Karl Marx.
Che passou um tempo na Guatemala, onde conheceu a peruana Hilda Gadea, com quem se casou teve sua filha unigênita. Porém, o mais importante que deve ser frisado neste relacionamento, é que foi Hilda que apresentou exilados da ditadura implantada por Fugêncio Batista em Cuba a Ernesto. Depois de se aproximar mais dos cubanos, veio a união com Fidel e Raul Castro.
A partir desta união, Che se divide em dois personagens: o herói dos oprimidos e o assassino impiedoso.
Em 1959, ocorre a revolução cubana e os revolucionários conseguem tomar o poder da ilha. Devo dar meu braço a torcer e assumir que os momentos que antecedem a revolução, o filme “Che, o argentino” é bem autêntico.
Como o filme é dividido em duas partes - uma resume a vida de Che até a revolução cubana e outra a sua morte na Bolívia – vou me inspirar em Steven Soderbergh e parar por aqui, pois se me esticar muito você esmorecerá e eu posso, porventura, perder o fio do novelo.
8 comentários:
O lado enigmático do Che e as diferenças dele para os outros membros de sua classe social que ele vai percebendo ao longo de sua tragetória representam só a casca da personalidade forte do revolucionário.
Che, acima de tudo era um homem prático. Esqueça o lado "assassino impiedoso", esqueça o lado contestador. Todos esses trejeitos compõem na verdade o perfil de uma pessoa com um senso prático quase robotizado: "meu objetivo é esse, e para conseguí-lo preciso disso". Ponto.
Como ele mesmo deixa claro, em muitas mortes em que foi o mandante ou o próprio autor, era, na verdade, o representante da situação que os líderes mundiais forçavam. Ele deixa claro esse ponto em seu discurso na ONU, ao afirmar que mais mortes ocorreriam e os culpados eram, na verdade, aqueles que não queriam a liberdade do povo.
((Fica aqui a sugestão de leitura da biografia "Por Siempre Che"))
Infelizmente não veremos tão cedo um herói contundente como Che. O mundo atual não dá mais espaço para os radicais - independente do lado que defendam. No entanto, é bonito ver que a filosofia implantada na época deu à sociedade de hoje um senso coletivo que extingue a necessidade de se pegar em armas para reivindicar algo.
Os movimentos sociais que hoje brigam de maneira inteligente e honesta pelos direitos dos menos favorecidos, como o MST e as entidades sindicais, por exemplo, são fruto da obra de Guevara.
Já os inimigos, esses não mudaram. A burguesia, o poder, a tal "nata" da sociedade civil e militar segue estática, burra. Poderosa, mas burra.
Tal cenário é um alento para aqueles que buscam a igualdade, a justiça social e a liberdade (em todos os seus sentidos), pois se Che conquistou algumas vitórias e morreu na peleja, ao menos deixou para nós um campo de batalha com um inimigo conhecido e desmascarado.
Hasta la victoria, siempre!
Fiquei até tímido em fazer um comentário após essa dissertação feita pelo Rafa. Mas vamos lá...
Confiando na descrição do dono do blog, o filme não tem nada a ver com o verdadeiro Che.
Ele era um sanguinário, sem piedade. Além de ser um péssimo guerrilheiro.
Por outro lado tinha uma excelente oratória, conseguindo assim ter sido tão influente.
Ou Rafa, quando você vai colocar uma foto com seu novo corte de cabelo?
Tá irado, velho!
O Che tinha sim um poder de oratória fantástico. Sobre sua pontaria, sinceramente não sei. No entanto, creio que é indiferente saber se ele era bom atirador ou não. O que importa é que mesmo em alta patente em seu exército ele era linha de frente. Isso mostra o proceder dele.
(curiosamente, o Che tinha o proceder de um Gavião, VAI CORINTHIANS!! rs)
Sobre ser sanguinário, não vejo dessa forma de maneira alguma. A revolução, infelizmente, pede sacrifícios. Sanguinários eram os governos autoritários.
A questão é que existem dois tipos de pessoas. Aquelas que acreditam que os meios justificam os fins, e aquelas que não vêem dessa forma.
Eu vejo, o Che via... você provavelmente não. Cada um cada um...
Agora, falar que o cara era péssimo guerrilheiro é sacanagem. Ele mudou a história de parte dos países latino-americanos e de alguns locais da África.
Só a disposição dele de ir a outro continente já mostra sua postura e compromisso com seus ideais, atitude de um grande homem.
PS: Coloco uma foto aqui quando virar emo, pois, naturalmente, só os emos o fazem...
Dizer que ele era péssimo guerrilheiro não faz relação com ter, ou não, ideais.
Ele era um verdadeiro político e possuía inúmeros ideais. Alguns que eu até concordo.
E era sanguinário sim. Executou várias pessoas a sangue frio. Vai ser contra o que ele pregava pra você ver o que acontecia.
PS: Não coloca foto porque não quer mostrar seu lado fashion, né?
Acredito que a questão do Che ser ou não um sanguinário não tenha sentido. O cara não tava usando uma arma por gosto, e sim porque estava enfrentando fuzis. Tudo bem que ele poderia ter optado por lutar com palavras, mas sem uma arma na mão ele não teria conseguido ser um revolucionário.
Irmão, que jogo!!!
Não te achei lá porque seu celular só serve pra ver TV mesmo!
Maluco, passei mal!
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