terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Resenha do filme O resgate de um CAMPEÃO






Olá meus caros leitores.


Há algum tempo, um colega de trabalho perguntou-me qual filme atual, na minha opinião, eu tinha gostado mais. Na hora eu não soube responder e disse que tentaria encontrar uma resposta em alguns dias. O tempo passou e parece que hoje eu a encontrei: O resgate de um CAMPEÃO.

O filme que conta com uma extraordinária participação de Samuel Jackson e Josh Hertnett, me trouxe inspiração, em plena madrugada, de criar um texto sobre seu enredo, que é demasiadamente muito bom. A trama consegue prender o telespectador de maneira que não fique, em momento algum, esmorecido.

A chamada do filme em sua capa, já nos mostra o que encontraremos durantes as duas horas que teremos pela frente: Uma fantástica história real, baseada em uma mentira.

Erik Kernan (Josh Hertnett) é um jornalista ainda no começo de carreira que escreve na editoria de esportes de um conceituado jornal dos Estados Unidos. No entanto, Kernan carrega contigo a fama de ser filho de um dos maiores jornalistas esportivos da história e, a todo o momento, tem que conviver com comparações a seu pai, fato que lhe deixa muito irritado. Além do mais, o jornalista vê que suas matérias no jornal estão cada vez perdendo mais espaço, consecutivamente, seu emprego também.

Consternado com esta situação, Kernan conhece um sem-teto que diz para todo mundo que é Bob Satterfield, um lendário boxeador americano que todos dizem já estar morto. Todavia, o enigmático personagem interpretado por Samuel Jackson encanta Kernan com suas estórias de quando era um pugilista e convence o novato jornalista que é realmente o grande Satterfield que todos afirmavam não viver mais.

Solícito para publicar esta incrível história, o jornalista procura o editor de uma revista e recebe o aval para criar um texto em cima desta situação. Porém, ao longo da matéria, Kernan descobre um outro lado humano existente em sua personalidade e se torna grande amigo do morador de rua.

Após labutar em cima do seu texto, a matéria tem uma repercussão imediata e gigantesca, pois é exposta logo na capa de uma revista. O novato jornalista vê sua vida mudar de uma hora para outra. Contudo, alguns boxadores históricos, ao lerem a matéria, vão atrás de dados e comprovam que o verdadeiro Satterfield está realmente morto. O mundo desaba sobre Kernan.

Ele havia sido enganado. Mas por quem? Um jornalista deve realmente considerar um morador de rua uma fonte profícua e confiável? Kernan revê seus conceitos e tem a concepção de que não soube colocar em prática todos os ensinamentos que teve na faculdade de jornalismo.

Além da lição profissional que o jornalista teve, ele também recebeu um aprendizado familiar, pois vivia iludindo seu filho de seis anos com mentiras sobre sua profissão, e acabou provando do próprio veneno com o falsário homem denominado Satterfield.

Para todos os que estudam jornalismo, assim como eu, este filme serve como uma grande lição, porque nos coloca diante da seguinte pergunta. Vale a pena fazer um jornalismo de má qualidade, chegando até a inventar uma verdade inexistente, para conquistar seu espaço?







Felipe Pugliese

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Resenha do livro A Cabana


Olá meu caros leitores.


Chegamos na semana do natal, aquela que para mim é a mais alegre e familiar de todo o ano. Eu acredito que há uma explicação religiosa para este clima de harmonia que toma conta da grande maioria das famílias, porém, para os incrédulos de uma força divina, esta é apenas uma data para trocarem presentes e saborearem refeições deleites. No entanto, a escolha é de cada um e eu não posso de maneira alguma ter a imprudência de julgar alguém, pois julgar exige que você seja superior a quem você julga, e eu não sou.

Para homenagear estar data, irei publicar a resenha de um livro estupendo, A Cabana.

A Cabana é uma obra que todo ser humano deveria ter obrigação de ler, isto porque não é apenas uma história, mas, sim, uma lição de vida de como devemos manter um relacionamento de confiança e harmonia com Deus, Jesus e o Espírito Santo, ensinando ao leitor quais são os princípios de fé, santidade e julgamento ao próximo.

A obra de William P Young, primeira colocada na lista dos livros mais vendidos nos Estados Unidos, segundo o jornal The New York Times, e segunda obra mais lida no Brasil, ficando atrás apenas de Crepúsculo, é uma verdadeira lição de como mantermos fidelidade e confiança em Deus, mesmo quando seu brilho estiver tremeluzido em nossos corações.

A história gira em torno de Mackenze Allen Phillips, um pai de família totalmente apaixonado por sua esposa, que tem a responsabilidade de educar cinco filhos sem poder falhar, isso porque, em sua infância, Mackenzie passou pelo trauma de ser espancado por seu pai, um homem totalmente entregue ao vício da bebida, e não queria, de maneira alguma, passar a mesma imagem aos seus filhos.

Contudo, em uma viagem bucólica, algo inesperado mudou totalmente o sentido da vida deste homem. Sua filha mais nova, Missy, foi seqüestrada e assassinada por um maníaco de garotas. Em uma incessante procura ,com a ajuda da polícia, por algum vestígio de sua pequena , Mack encontrou o vestido que sua filha usava no dia do sequestro, em uma cabana abandona.

Mackenzie se considerava o verdadeiro culpado pelo ocorrido e entrou em uma depressão profunda, chamada de Grande Tristeza. Este triste período fez com que sua relação com Deus se tornasse algo inexpressível em sua vida, pois o grande senhor nada havia feito para evitar aquela tragédia, e sua santidade havia se tornado um conceito frio e estéril.

Após três anos e meio da morte de Missy, Mack recebe um bilhete com a assinatura de Papai, modo carinhoso que sua esposa usava para se referir a Deus, com a seguinte frase: Já faz tempo. Senti sua falta. Estarei na cabana no fim de semana que vem, se você quiser me encontrar. Papai.

No começo, Mack imaginava que isso seria apenas uma uma brincadeira de mau gosto, todavia não conseguia parar de pensar no bilhete, então decidiu ir até à cabana onde sua filha havia sido brutalmente assassinada.

Depois de fazer uma estafante viagem durante uma noite negrume, Mack chegou à velha cabana e se deparou com o mesmo cenário que havia lhe proporcionado a cena mais triste de sua vida, virou as costas e foi embora, insultando Deus de todas as formas possíveis. Entretanto, um vento forte fez com que ele virasse e reparasse, totalmente aparvalhado, com o cenário mais deslumbrante que já havia visto...

Não acreditando que aquele cenário poderia ser tangível, Mack se aproximou e adentrou-se à cabana. Sem palavras para descrever o que estava acontecendo, o homem encontrou três pessoas dentro do recinto: Deus, Jesus e seu Espírito Santo, todos representados por um estereótipo totalmente diferente que Mack imaginava.

Daí por diante, começa um enredo indescritível, por isso, apenas aconselho todos a lerem esta obra magnífica.

Feliz Fim de ano.

Felipe Pugliese

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Resenha do filme Feliz Natal

Olá meus caros leitores.

Há algum tempo, a minha vontade de assistir o primeiro filme dirigido pelo ator Selton Mello era muito grande, pois o considero, juntamente com Vagner Moura, o melhor ator nacional da atualidade. No entanto, Feliz Natal ainda não está em cartaz em todos os cinemas da cidade, isto impossibilitou que eu o assistisse antes. Porém, valeu a pena esperar pelo momento certo, e o dia foi ontem.


Li no jornal que Selton Mello participaria de um debate após a sessão de seu novo filme, no HSBC Belas Artes, e não perdi a oportunidade de presenciar, tirar algumas dúvidas com o novo diretor e armazenar algumas idéias para criar uma resenha da obra.

Feliz Natal é um soco no estômago da estrutura familiar burguesa da sociedade contemporânea. Melancolia e Angústia, eis as palavras que melhor definem os personagens criados por Selton. O vício é a saída para quase todos enfrentarem a solidão e a incomunicabilidade em seus cotidianos.

A história é voltada a uma família que tenta se mostrar unida e feliz, todavia a desunião é o que impera na relação entre os familiares. Os personagens são interpretados por, Leonardo Medeiros, Darlene Glória, Paulo Guarnieri, Lucio Mauro e Graziela Moretto.

O personagem principal chama-se Caio, um ex-viciado em cocaína que carrega o trauma de ter matado uma mulher em um acidente de carro sob efeito da droga, fato que não é sugestionado pelo autor, mas é deixado no ar para que o telespectador tenha suas interpretações.

Renegado por parte de sua família, principalmente por seu pai, Caio abandona a cidade grande e seus familiares, vai morar no interior e monta um ferro velho. Contudo, o homem retorna para reencontrar sua família no dia do Natal, e aí começa a trama.

Caio se depara com uma família que matinha relações de cunho estritamente emocionais. Seu pai, um senhor de idade que matinha um relacionamento com uma mulher muito mais nova, não queria nem vê-lo na frente. Já sua mãe, uma mulher que não conseguia mais controlar seus distúrbios mentais, se entregava cada vez mais ao álcool.

O filme é muito sutil ao deixar no ar algumas interpretações para o telespectador. Um exemplo, já citado a cima, é de que Caio matou uma mulher sob efeito de cocaína, isto não é mostrado, mas as alucinações do personagem levam-nos a crer nesta hipótese. Outro fato que comprova esta tese, é o possível relacionamento que Caio pode ter tido com a mulher de seu irmão.

Após armazenar estas idéias sobre o filme, partirei agora ao debate com Selton Mello ocorrido logo após a sessão.

Primeiramente, o novo diretor ressaltou suas referências cinematográficas, destacando Luis Fenando Carvalho (Capitu, Hoje é dia de Maria), explorando a relação de seu filme com Lavoura Arcaica, onde Selton foi protagonista, um filho pródigo, como Leonardo Medeiros (Caio), em Feliz Natal; outra referência é John Cassavetes (Uma Mulher Sob Influência e Faces), o que é perceptível a partir da fotografia inquieta e provocante de Lula Carvalho, filho de Walter Carvalo, que, por coincidência, fotografou Lavoura Arcaica.


Outro ponto ressaltado por Selton no bate papo com a platéia, foi a direção dos atores escolhidos para seu para o seu filme. Todos tiveram muita liberdade para encenar seus personagens, principalmente Darlene Glória, mãe de Caio, que dá um show deslumbrante interpretando uma mulher sem capacidade de controlar suas loucuras.

Selton Mello ainda comparou o cinema nacional com o argentino contemporâneo, colocando nossos vizinhos à nossa frente e citando cineastas como Juan José Campanella ( O filho da Noiva e Clube da lua) e Pablo Trapero (Mundo Grua e Leonera).

Para finalizar, o ator e agora diretor ainda afirmou que não pretende criar um estilo, uma identidade visual como diretor e, sim, dar preferência à multiplicidade tanto temática, quanto estética em seus futuros trabalhos, assim como faz quando ator.

Vale a pena assistir!

Felipe Pugliese





Caio, personagem interpretado por Leonardo Medeiros



Mércia, personagem interpretada por Darlene Glória






quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Meio século de Ilustrada

Olá meus caros leitores.
Hoje vou publicar um texto que me dá enorme satisfação, pois acredito que tem tudo a ver com este blog.

Quarta-feira, dia 10, o caderno Ilustrada da Folha de S.Paulo completou 50 anos de existência. Para não passar em branco, o jornal organizou três dias de debates no MASP (Museu da arte moderna de São Paulo); todos contavam com presenças ilustres para debaterem temas relacionados à cultura.

Tive a oportunidade de ir apenas ao de ontem, quando o tema a ser debatido era “Jornalismo e Cultura”. Os convidados foram os jornalistas, Martinas Suzuki Junior, editor da ilustrada nos anos 80, Ruy Castro, escritor e colunista da Folha, e Marcelo Coelho, colunista da Ilustrada e membro do Conselho Editorial da Folha. Os três tiveram um longo bate papo aberto ao público, discutindo temas políticos, culturais e, claro, enriqueceram a platéia com muitas histórias que marcaram as trajetórias de suas carreiras.

Conhecimento e história, eis as palavras que melhor definem estes conceituados jornalistas. Eu irei repassar à vocês algumas das principais partes deste debate.

A comparação entre a cultura nos dias atuais e há de 50 anos atrás foi o que deu início ao debate. Para Marcelo, a cultura virou produto de consumo, logo, a notícia também se tornou refém do capital. “Se tal disco vendeu muitos discos, vira notícia. Não é todo dia que há notícias no Jornalismo Cultural, como a morte da Elis Regina... hoje em dia, falta vitrine ao Jornalismo Cultural. A Ilustrada sempre serviu como vitrinista para a cultura do país”.

Ruy Castro começou sua participação destacando a larga diferença nas pautas e na hora de saber o que é notícia e o que não é, principalmente na Ilustrada. “Tem um mês que a imprensa só fala da Madona. Se fosse antigamente, a Ilustrada teria feito várias piadas com ela. A unanimidade que estão dando a esta cantora seria motivo de gozação para nós. Fernanda Montenegro aparecia três ou quatro vezes por mês na Ilustrada. Hoje em dia, qualquer fugitivo do Big Brother vira ídolo nacional”.

Martinas citou o governo Lula para explicar o momento cultural que o país vive. “O jornalismo cultural cresce de acordo com os momentos políticos vividos. Quando a política cresce, a cultura cresce junto. É uma pena que o governo Lula não teve um grande movimento cultural”. Marcelo discordou do argumento e respondeu da seguinte forma: “Eu acho que o governo Lula tem uma cara cultural forte, mas não é a cara da Ilustrada. Os fatos culturais do país não combinam com o caderno e seus leitores, mas dizer que o governo Lula não teve manifestação cultural é um erro”.

Em um debate entre jornalistas, obviamente o futuro da profissão não poderia deixar de ser colocado em pauta na conversa. Após destacar a importância de jornalistas como, Antônio Maria, Sérgio Porto e Nelson Rodrigues, em sua carreira, Ruy Castro afirmou que o jornalismo atual é muito monótono. “O jornalista tem que ter o hábito de apurar melhor e, principalmente, colocar charme e humor em seu texto na hora de organizar suas idéias. Se a maioria seguir este conselho, teremos um jornal mais agradável, no entanto, infelizmente, não é isto que eu tenho visto ultimamente”.

A seriedade e a falta de jogo de cintura que os jornalistas vêm usando em seus textos foi outro ponto focado por Martinas. “A verdade é que ser bem criativo é uma característica fundamental para todos os jornalistas. O jornalismo sem humor não é nada, hoje em dia as pautas são todas iguais”.
No final do papo, já parecia que os três estavam na sala de suas casas. Totalmente soltos, os três presentearam a platéia com algumas histórias de suas carreiras.

Como na platéia havia muitos estudantes de jornalismo, Ruy Castro contou como foi o seu primeiro emprego na área, no conceituado jornal Correio da Manhã. “Quando eu comecei no Correio da Manhã, pensei que escreveria o que eu quisesse e que criaria minhas próprias pautas. No entanto, comecei cobrindo buracos na rua e atropelamento de cachorro”.

Já no fim do debate, Martinas arrancou risadas do público ao contar dois casos ocorridos na Ilustrada quando ainda era editor do caderno. “Eu me lembro quando fomos cobrir um cantor muito famoso do exterior e o flagramos bebendo uma Itubaina bem vagabunda. Obviamente publicamos a foto no dia seguinte, mas não sabíamos as conseqüências que isso iria nos trazer. Minutos depois da publicação, um dos principais diretores da Coca-Cola ligou na redação descendo o pau em todo mundo. Foi muito engraçado”.

O jornalista destacou também um episódio com cantor e compositor João Gilberto, rei da Bossa Nova. “Nós conseguimos colocar dois repórteres na cola do João Gilberto, um como mordomo e outro como garçom. No dia do show, o João Gilberto atrasou muito e nós precisávamos fechar a matéria. A saída foi estratégica, publicamos a foto do banquinho dele no palco vazio e explicamos o atraso do cantor”.

O debate foi intermediado por Marcos Augusto Gonçalves, atual editor do caderno Ilustrada.

Felipe Pugliese

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

É hoje o dia da ALEGRIA

Olá meus caros leitores.

Tenho certeza que são poucos os que sabem, mas ontem foi um dia a ser comemorado por aqueles que valorizam a cultura do nosso país e as raízes da música brasileira. O dia dois de dezembro é considerado o Dia do Samba, a música mais brasileira das brasileiras.

Primeiramente, peço desculpas por não ter publicado este texto ontem, pois confesso que não tinha dados nem informações necessárias para desenvolvê-lo.

Para começar, devo citar alguns fatos históricos deste ritmo entusiasmante que serve como filosofia de vida para grande parte da população do nosso país. O samba é oriundo da Bahia e sucedeu outros estilos de música, como o Jongo, Batuque e Cateretê. Seu nome é de origem africana, o SAM significa pague e o BA quer dizer receba. Havia dois estilos de se tocar samba, o Raiado, uma melodia com sotaque sertanejo, e o Corrido, uma musica mais harmoniosa que representava mais a cidade.

Depois da Bahia, a música se expandiu para Sergipe e Rio de Janeiro, seu verdadeiro reduto e local onde seu reinado foi construído. Ao chegar à cidade maravilhosa, o samba se tornou uma música que representava a classe pobre do estado e, até hoje, é fonte de alegria das pessoas que moram nos morros cariocas, por isso, muita gente afirma que o samba nasce do alto do morro. Contudo, o ritmo contagiante ficou muito ligado à figura do homem malandro, que não trabalhava e sonhava ganhar a vida fazendo melodias e curtindo a vida, principalmente no Rio de Janeiro, grande exemplo foi Bezerra da Silva.

Creio que todos já ouviram a expressão popular, Quem canta os males espanta, e tenho certeza que, pelos menos uma vez na vida, foram ouvir alguma música para tentar melhorar o ânimo ou até mesmo tentar mudar de humor. O samba reflete a alegria e o entusiasmo que o brasileiro tem em viver a vida. Mesmo com inúmeros problemas a enfrentar, prefere levar a vida a sambar.

O primeiro samba gravado no Brasil, a canção “Pelo telefone”, gravada em 1916 pela dupla Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, e Mauro de Almeida. A canção foi criada em uma roda de samba na Casa da Tia Ciata, local muito freqüentado pelos músicos da época. A melodia criou muita polêmica, pois era cantada pelos cantores de uma forma e pelo povo de outra.

Em 2005, a UNESCO proclamou oito manifestações da América Latina como obras-primas do patrimônio imaterial e o samba foi umas das escolhidas. Esse prêmio só aumentou ainda mais a relação do samba com o pobre, provando que não há dinheiro que compre a alegria de sambar até dar calos nos pés.

Hoje em dia, o samba se misturou com outros gêneros musicais e novos estilos surgiram. Um grande exemplo desta miscigenação é o Samba-Rock, que antigamente era chamado Sambalanço.

Na última década, alguns cantores se destacaram cantando sambas que levantaram multidões e já fazem parte da história desta música tão brasileira, são eles: Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Jorge Aragão, Bezerra da Silva e Martinho da Vila. Por favor, se notar a ausência de alguém nesta lista, deixe um comentário me corrigindo.

Trabalhar para que? O negócio é sambar...






PELO TELEFONE, primeiro samba gravado no Brasil, cantado por Donga e Mauro de Almeida.
O chefe da folia / Pelo telefone / Manda avisar / Que com alegria / Não se questione / Para se brincar. Ai, ai, ai, / Deixa as mágoas para trás / Ó rapaz! /Ai, ai, ai, / Fica triste se és capaz / E verás Tomara que tu apanhes / Pra nunca mais fazer isso / Tirar amores dos outros /E depois fazer feitiço...Ai, a rolinha / Sinhô, Sinhô / Se embaraçou / Sinhô, Sinhô/ É que a avezinha / Sinhô, Sinhô / Nunca sambou / Sinhô, Sinhô,/ Porque esse samba, /Sinhô, Sinhô, / É de arrepiar, /Sinhô, Sinhô,/ Põe a perna bamba / Sinhô, Sinhô, / Me faz gozar, / Sinhô, Sinhô.O "Peru" me disse/ Se o "Morcego" visse / Eu fazer tolice,/ Que eu então saísse / Dessa esquisitice / De disse que não disse. Ai, ai, ai, / Aí está o canto ideal / Triunfal / Viva o nosso carnaval. / Sem rival. Se quem tira o amor dos outros / Por Deus fosse castigado / O mundo estava vazio / E o inferno só habitado.Oueres ou não / Sinhô, Sinhô, / Vir pro cordão / Sinhô, Sinhô / Do coração, / Sinhô, Sinhô. / Por este samba".

PELO TELEFONE, primeiro samba gravado no Brasil cantado pelo povo.
"O chefe da polícia / Pelo telefone / Mandou avisar / Que na Carioca / Tem uma roleta /Para se jogar /Ai, ai, ai /O chefe gosta da roleta,/ Ô maninha / Ai, ai, ai / Ninguém mais fica forreta / É maninha. / Chefe Aureliano, / Sinhô, Sinhô, / É bom menino, / Sinhô, Sinhô, / Prá se jogar,/ Sinhô, Sinhô, / De todo o jeito, /Sinhô, Sinhô, / O bacará / Sinhô, Sinhô, / O pinguelim, / Sinhô, Sinhô, / Tudo é assim".




Felipe Pugliese

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Resenha do filme Ensaio sobre a cegueira

Olá meus caros leitores.

Hoje vou publicar uma resenha sobre o filme Ensaio sobre a cegueira।Estou com o texto armazenado em meu computador há tempos e esperei ofilme sair do cinema para ter a certeza que todos puderam assistir a excelente obra de Fernando Meirelles, antes de ler minhas idéia.

Fernando Meirelles é um cineasta que já mostrou em outros filmes de sua autoria, como por exemplo, Cidade de Deus, que clichês e falta de polêmica não são fatores existentes em suas obras. Talvez seja por esse motivo que suas idéias despertam tanto interesse e curiosidade no público. O cineasta foi buscar na obra de Jose Saramago, Ensaio sobre a cegueira, um tema que desafia os padrões convencionais do cinema mundial, um lado animal, ganancioso e fraco do ser humano.

O filme Ensaio sobre a cegueira faz as pessoas refletirem muito sobrea vida e seus princípios. A obra mostra como uma doença pode desestruturar o ser humano de maneira que ele deixe de lado suasvirtudes e o respeito por si próprio. A partir deste ponto, o autor mostra que, em uma situação de apuros e limites, o homem abandona seus valores morais.

As salas de cinema aonde o filme é exibido, na maioria das vezes,recebem muita gente, pois o filme mostra um lado do ser humano que a maioria das pessoas identifica em si mesmo ou em alguém de seu convívio próximo.

Este é um filme que divide opiniões. Ou a pessoa sai do cinema achando a obra fantástica, como no meu caso, ou sai achando terrível, com nojo da humanidade e do próprio autor, como no caso de uma amiga minha, que não se sentiu bem quando viu as cenas de abuso sexual. Porém, o filme é obviamente uma reflexão sobre sociedade em que vivemos, talvez por isso desperta tanto sentimento nos telespectadores.

O ensaio sobre a cegueira estreou no dia 12 de setembro e foi muito comentado pela mídia. O filme que este ano fez a sessão de abertura do festival de Cannes, conta com um ricoelenco, com importantes nomes do cinema americano como, JulianneMoore, Mark Ruffalo, Danny Glover e, o mexicano, Gael Gracian Bernal,que interpretam personagens sem nomes.

Jose Saramago acreditava que não seria possível passar a sua obra para as telas do cinema, pois cenas muito fortes envolvendo abuso sexual,morte e outras situações em que o ser humano se rebaixa, são descritas detalhadamente no livro.

São duas horas que prendem a atenção da platéia do começo ao fim, despertanto no público tristeza, angústia e principalmente muita indignação. A história começa no trânsito de São Paulo, quando um homem fica cego de uma hora para a outra. A partir desta parte, os telespectadores já começam a notar a imagem pessimista que o filme irá transmitir da humanidade, pois um homem se submete a ajudar o cego eacaba roubando seu veículo. Mais tarde o ladrão também ficaria cego.

A cegueira, denominada "Cegueira Branca", se alastra e afeta um número muito alto de pessoas e as autoridades decidem isolar todos os infectados em um sanatório e, a partir daí, os valores morais do homem começam a ser questionados, por que os cegos são abandonados pelas autoridades e começam a viver um universo paralelo.

No sanatório existem dois grupos, um formado por pessoas do bem, que sofrem com a escassez de alimentos, e outro por homens gananciosos e aproveitadores, que tomavam para si toda a comida do local para depois transformarem em moedas de troca, exigindo objetos materiais e sexo forçado.

Tanto nas telas quanto nas páginas, o homem é comparado ao animal. Atitudes animalescas dos personagens, como por exemplo, urinar no chão, andar nu e se submeterem a papéis deprimentes em troca de comida, comprovam essa comparação. Uma cena no final do drama reflete muito bem essa associação. Quando os cegos fogem do sanatório e sedeparam com uma cidade destruída, com cachorros se alimentando de restos humanos.

O filme de Fernando Meirelles é pura reflexão e aprendizado. Pode mostirar lições sobre ganância, força de vontade e principalmente superação de limites.

Felipe Pugliese

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dia da igualdade

Dia da igualdade

Amanha, dia 20 de novembro, será o dia da consciência negra. O feriado não é nacional, muitas cidades e estados do país não celebram esta data, porém mais de 5.500 municípios dão importância à esta data.

O primeiro texto a ser publicado no blog não poderia vir em uma data melhor, pois vejo muitas coisas acontecerem em meu cotidiano relacionadas a preconceitos raciais que me enfurece de uma maneira que só consigo me tranqüilizar quando sento em frente ao meu computador, junto minhas idéias e crio uma crítica.

O que me levou a criar este texto foi uma conversa que tive com um jornalista, que escreve em uma conceituada revista feminina. Quando conversávamos se há preconceito em nossa profissão, chegamos ao consenso que não.

Há muitos repórteres e apresentadores negros conceituados, principalmente na televisão. Glória Maria, apresentadora do Fantástico, é um grande exemplo.

No entanto, ele me revelou uma coisa que me chamou a atenção. O jornalista me garantiu que a revista que ele trabalha não exibe atrizes negras na capa, pois sua editora já comprovou que quando um negro é exposto na página principal de uma revista, as vendas caem expressivamente.

Isso me faz criar os seguintes pensamentos: Será que quando a maioria das revistas colocou o rosto de Barack Hussein Obama em suas capas e o idolatrou como o grande salvador da economia americana, o número de revistas vendidas foi baixo? Claro que não. Será que quando atrizes como Thaís Araújo e Camila Pitanga fazem importantes papéis em novelas, a audiência é mais baixa do que as outras? Não posso acreditar nisso. Tem como entender o por que de quando o programa Roda Viva, da TV Cultura, trouxe o rapper Mano Brown para ser sabatinado, a emissora atingiu um grande espaço na mídia no dia seguinte? Também acredito que não.

Amanhã serão realizados passeatas e manifestos em comemoração a essa raça que contribuiu para grande parte do que o Brasil é hoje, seja para o lado positivo ou negativo. Portanto, pelo menos amanhã, pense antes de menosprezar ou descriminar algum negro. Repito, pelo menos amanhã. Torço para que você goste da idéia e adote isso para a sua vida.


Felipe Pugliese

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Seja bem vindo

Olá, meu nome é Felipe Pugliese Monteiro, tenho 19 anos e sou estudante de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo.

Inauguro hoje a minha página pessoal com o propósito de publicar textos variados relacionados à: Cultura, Esporte, Política e Cotidiano.

Um estudante de jornalismo tem muita vontade de ter liberdade de escrever o que passa pela sua cabeça, pelo menos no meu caso, no entanto, muitas vezes só publica o que lhe é ordenado.

Pois bem, acredito que para tudo existe um início e a criação de um blog é o começo de uma liberdade na profissão jornalística.

Obrigado, amanhã será postado o primeiro texto.


Felipe Pugliese